]não cabe nas mãos[
um livro sustentado pelo nãodizer.
]não cabe nas mãos[ se ergue do silêncio e da falta. dos gestos-versos que escapam. dos vazios que insistem.
ao “acolher a ação que não” e “exercer o não verbo”, Renata Ettinger conduz o leitor por uma escrita onde o silêncio, o silenciar e o silenciamento se estabelecem.
a poeta percorre recônditos, nãoditos, subterfúgios. costura seus versos com os de outros poetas que iluminam e atravessam sua voz. abre espaço para escrever o que não cabe nas mãos, mas que insiste em permanecer em desalinho. e nos devolve alguma forma de abrigo.
Em ]Não Cabe nas Mãos[, a poesia se impõe com delicadeza e intensidade. Cada página é uma fresta por onde a vida — em sua dor, ternura, memória e assombro — se insinua. Renata não apenas revela uma escrita sensível e afiada, mas também propõe um exercício constante de escuta e reconstrução. É um convite à pausa, ao silêncio e ao atravessamento. Uma obra que pulsa, que provoca e que permanece. Uma leitura necessária dos dias hoje até sempre.
Mário Garcia Jr.
